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quarta-feira, 3 de junho de 2009

Sindroma do visitante


Com estas minhas vindas para terras mouriscas estou-me a deparar com uma situação que é algo nova para mim. Apesar de já ter vivido fora de casa, nomeadamente na minha saudosa experiência de Erasmus, estas minhas estadias são bem diferentes.
Posso referir os pontos mais positivos, nomeadamente a cama feita e o pequeno-almoço pronto, algo que quem tiver uma veia mais preguiçosa certamente agradecerá. Ou podia ainda referir os artigos de higiene que diminuem a preocupação em ir comprar coisas para manter a cara bonita, ou mesmo o não termos de nos preocupar com as instalações do sítio onde estamos. É claro que como todas as deslocações para longe de casa, a família, os amigos e as caras-metades ficam para longe, mas essa vertente também a tive em Erasmus. O que não tive, e caracterizo-o como o sindroma do visitante, é que parece que nunca estamos em casa. Quando estou em casa, não há dúvidas, é o meu espaço. Quando estava em Erasmus, tinha um espaço que não era meu, mas que “passou a ser”. No entanto o andar em hotéis renega a estadia a uma visita, daquelas em que vamos passar os dias a casa de alguém e nunca podemos estar em casa. Não há o sítio para por as nossas coisas, a organização não é a que queremos e é como estar num país estrangeiro e não falar a língua. Diria que no mínimo é algo curioso, mas isso deve ser claramente a minha natureza portuguesa a mostrar a sua característica Saudade.

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